A garota agora mulher


Num vilarejo bem distante da cidade havia uma garotinha chamada Clara. Morena, cabelo castanho bem claro, um rosto bonito, olhos castanhos radiantes, uma sinceridade indescritível e uma beleza fascinante faziam parte de sua descrição. Vivia com sua família, que não era muito grande - seus pais e seu irmão - e sempre fora muito feliz. Estudava na parte da manhã e era de costume brincar com as amigas do condomínio a tarde, ou seja, era uma garota elétrica e alegre.

Conforme os tempos foram se passando, Clara começou a ficar diferente, estranha. Ela tem 16 anos e é meio rebelde, acho que pelo simples fato de não saber mais o que é, ou seja, se é adolescente ou adulta. A garota agora mulher tinha responsabilidades que para sua idade nunca foram comuns. Na concepção da mesma, jovem é aquele que tem o dever de estudar, de garantir notas para tentar assim um excelente futuro e ao mesmo tempo é aquele que independente dos problemas se divertem, aquele que vai para balada, aquele que comete erros, aquele que pode ficar no computador até tarde... Aquele que pode ser adolescente, que pode viver essa fase da vida com muito prazer e felicidade. Porém não era o que estava acontecendo com ela, pois sua mãe começara a trabalhar período integral e ela era obrigada a cuidar do seu irmão mais novo, Lucas, fazer a comida, lavar a louça, estudar para suas provas, fazer suas lições, ajudar seu irmão nas tarefas, limpar a casa... ou seja, sua vida acabava sendo mais árdua do que a da própria mãe.
A garota só tinha o sábado e o domingo para se divertir, porém na maioria das vezes suas amigas viajavam e ela não podia ir, pois sua mãe além de mandona era implicante com as companhias da menina, que cabe a mim dizer, nunca foram erradas.

Clara estava traumatizada, nem filho a garota pensava mais em ter, chorava todos os dias, pensava em suicídio, creio quer pelo excesso de cargas ligado a ela, estava com uma tremenda raiva dos pais e não tinha ânimo suficiente para viver. Suas notas que não eram menores que 8,5 na escola, baixaram muito, melhor ela não estava conseguindo ao menos alcançar a média nas matérias. Sua vida estava negra e luz era algo que ela não conseguia ver, nem distante.

A menina entrou em depressão e foi extremamente difícil a sua recuperação, ela tem uma raiva de sua mãe até hoje, pois a mesma não assumiu a culpa, nem depois de ouvir a sentença de depressão da médica. Clara fez um livro sobre sua vida e as últimas coisas que ela diz são que: Na vida os jovens não podem ser explorados, que ajuda é diferente de escravidão, que aquela fase que todos adultos já viveram os jovens tentam viver, e que existem fases na vida que não podem ser ultrapassadas nem esquecidas, ou seja, elas tem que ser vividas em seu exato momento e o período ADULTO vem depois da fase ADOLESCENTE, ou seja, só se pode ser adulto, depois de ter sido adolescente.



(Thays Ambrogi Barreiro)

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