Era tarde demais


O coração estava queimando, a dor estava partindo-lhe a vida, sem o mesmo perceber, ele estava sofrendo aquilo que nem ele sabia, tudo era platônico, nada existia, somente ele. Amava a garota dos sonhos, gostava das músicas de sua mente, adorava as palavras inexistentes, era uma máscara viva. Vivia o que não havia vida e gostava disso.

As coisas no decorrer de sua vida fluíam, mesmo sendo em seus pensamentos, nada era verídico, somente a parte de tudo ser mentira. Ele vivia no mundo imaginário, tudo era pura imaginação.
Ele acordava e continuava vendo as maravilhas do mundo, da vida, esquecia que na realidade a vida é um jazigo, tem gavetas, suportes que você segura para não cair, porém todos um dia cairão e não haverá volta. Para ele não há escuridão, vive somente o dia e esquece que a noite predomina a vida de todos, não pelo fato de ser em maior quantidade, mas metaforicamente falando a vida é escura, é uma treva e a luz aparece às vezes, e bem no fundo, muitas vezes só é visível uma simples faísca, que reluz com muita fraqueza.

Infelizmente quando ele percebeu que as cores se apagam e o preto e branco ocupa o lugar era tarde demais, ele acabou se conscientizando de que sua vida fora sempre uma mentira, uma ilusão. Conseguiu ver que na vida tudo que brilha muito, um dia se apagará e se transformará em uma treva, uma caverna profunda e escura. Obviamente chorou pelo tempo perdido em ilusões, mas chorou mais ainda em ver que acordara de um sonho e que a partir de então estaria morto com as desgraças a enfrentar.


(Thays Ambrogi Barreiro)

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